sexta-feira, 27 de maio de 2011

ABAPORU



Fizeste-me ser superior
Com pouca vontade própria
perdido neste mundão
exposto a tanta beleza
solo fértil e natureza
desabrocham lá no meu sertão

Onde buscaste inspiração?
retratou-me com tanto encanto
Em meus pés grande potência
Mostrando também a inteligência
Que trago no meu semblante.

Deve ser na bela paizagem
Rabiscada em sua grandeza
e que desperta tanta nobreza
Neste ser superior
que carrega com louvor
A imagem de homem forte
Capaz de enfrentar o mundo
Abandonado a própria sorte...


Regina

segunda-feira, 23 de maio de 2011

CONTO: A CARTOMANTE


A CARTOMANTE
               Rita tenta justificar a Camilo sua atitude insana através do pensamento de Hamlet: Há mais coisas entre o céu e a terra do que nossa vã filosofia. Este, ria dela pois Rita teria ido consultar-se em uma cartomante no dia anterior.
             - Os homens são assim...-  justificava-se Rita. – Pois sabe que ela adivinhou tudinho... cheguei lá e ela logo foi me dizendo: “ A senhora gosta de uma pessoa...”, disse que sim e ela logo foi dizendo que era pra eu ficar tranqüila pois o meu medo era infundado.
              - Estás enganada... ria Camilo.
              - Não ri de mim Camilo. Tu sabe o que eu estou passando.
              Camilo entrelaçou- lhe as mãos e olhou fixamente em seus olhos. Jurou que a amava e que não havia motivo para preocupar-se, mas que havia sido tola em ir até a cartomante pois alguém poderia ter visto e Vilela ficaria sabendo.
              - Imagina... tive cuidado ao entrar na casa.
              - Onde fica esta mulher?
              - Aqui pertinho. Mas não te preocupa... a rua estava deserta na hora em que fui até lá.
              Camilo ria:
              - Tu realmente acredita no que ela te disse?
              Foi aí que Rita justificou-se através de Hamlet. Se ele não acreditava... problema dele. A cartomante havia adivinhado tudinho. Agora Rita sentia-se tranqüila e satisfeita.
              Camilo até que ia repreender Rita novamente mas lembrou-se de suas crendices de criança.
              Separaram-se contentes. Rita estava certa de seu amor correspondido e Camilo feliz por ver o quanto Rita estava se arriscando por ele. Dirigiram-se a casa em que se encontravam escondidos, cada um por uma rua para não dar na vista.
              Camilo, Rita e Vilela conheciam-se já a algum tempo. Camilo e Vilela eram amigos de infância. Separaram-se na adolescência e voltaram a encontrar-se depois de adultos. Camilo era funcionário público e Vilela advogado.
              Após um curto período de convivência Camilo já percebia sua ardente paixão por Rita. Combinavam-se muito: liam os mesmos livros... jogavam xadrez e damas ... Camilo logo tentou fugir desta paixão porém Rita estava sempre próxima e cheia de chamegos. A insanidade falou mais alto e a paixão deixou-os cegos para o mundo.
              Porém, um dia Camilo recebeu uma carta anônima que o deixou preocupado pois seu segredo era conhecido. Foi neste dia que Rita resolveu procurar a cartomante para certificar-se das verdadeiras intenções de Camilo pois este havia se distanciado da convivência harmônica dos amigos.
              Após algumas semanas e o recebimento de mais duas ou três cartas anônimas , Camilo recebeu um chamado de Vilela que praticamente lhe ordenava que comparecesse a sua casa. Este, temendo ter sido descoberto por Vilela, já ia imaginando a cena que encontraria ao chegar a casa dele. Ansioso tentava arrumar justificativas as possíveis perguntas que seriam feitas por Vilela.
              Estava tão absorto em seus devaneios que nem percebeu o que estava acontecendo. Quando deu por si estava parado , bem próximo a casa da cartomante. Como precisava acalmar-se, recuperar a confiança em si próprio, resolveu consultá-la.
              Chegando lá, a cartomante foi logo dizendo:
              - O senhor está muito assustado. Quer saber o que irá acontecer...
              A cartomante barralou as cartas e estendeu sobre a mesa. Logo revelou-lhe que não tinha nada a temer, porém era necessário ter muita cautela. Falou-lhe de seu grande amor e da beleza da mulher que ele amava.
             Quando terminou Camilo tratou de agradecer e pagar-lhe a consulta. estava tranquilo e feliz, pronto para encontrar-se com o amigo Vilela.
             Saindo da casa, tratou de tomar a condução e seguir seu caminho, agora mais leve, tranquilo e até quase feliz. No caminho tratou de arquitetar uma boa desculpa para explicar sua ausência ao amigo.
             Ao chegar a casa de Vilela, foi logo convidado a entrar e conduzido a um cômodo da casa. Percebeu a fisionomia descompensada do amigo, mas não teve tempo de questionar-lhe pois logo avistou o corpo de Rita todo ensanguentado caido no tapete e de imediato sentiu a dor de uma bala atravessando-lhe o peito. Tudo estava consumado.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

união das linguagens visual auditiva e verbal

A música é otima para relaxar os alunos e ao mesmo usar para contar uma história bem bacana onde eles possam se imaginar no mundo dos sonhos.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

BRINCANDO COM A POESIA.

             A arte de despertar o interesse pela leitura começa , no berço, no colo da mãe com as canções de ninar... Talvez antes, durante a própria gestação, com leituras expressivas e belas declarações de amor de mãe para filho. O encantamento permanece durante a infância quando nos utilizamos dos trava línguas para a aprendizagem e aperfeiçoamento da fala do infante. Após , o uso das quadrinhas, dos jogos de coordenação motora cantados ( famosos bate mão) como por exemplo o " escravos de Jó" , as canções com mímica fazem com que a criança crie o gosto pela poesia. A escola encontra dificuldade na seqüência deste trabalho que até uma mãe analfabeta faz com carinho e dedicação. Como dar continuidade a este maravilhoso trabalho com poesia e poemas em sala de aula e nas bibliotecas ??? Que metodologia utilizar para encantar o leitor???
              Todos nós sabemos que não existe uma "receita pronta"  a qual devemos seguir.O que existe de fato  são idéias e sugestões de professores, escritores, pesquisadores, pedagogos, entre outros. Em primeiro lugar devemos nos considerar educadores , em toda nossa essência.Se nos considerarmos apenas professores, enquanto transmissores de conhecimento, teremos dificuldade de seguir o trabalho que deve iniciar na família.Para que o professor possa trabalhar poesia, primeiramente ele deve  gostar de poesia.Ele precisa  começar com pequenas sugestões de trabalho, tentando direcionar atividades lúdicas e criativas.Em um momento seguinte vai aumentando o grau de complexidade, fazendo com que aos poucos os alunos criem gosto pelo trabalho.
               Neste universo educacional em que vivemos, não há regras nem receitas prontas. Este fato vem comprovar a individualidade de cada pessoa, jamais vamos conseguir cativar a todos os educandos com os mesmos métodos, com os mesmos estilos de poesia, para tanto variar os estilos, utilizar letras de músicas, variar as formas de apresentação, deve ser algo que venha facilitar o trabalho com poesia.
               A teoria é primordial.Porém a prática que é o legal!
Fui ler um livrinho pra minha filha e me apaixonei pelas pesias.

O Vôo da Violeta
A violeta saltou
da floreira
do último andar.
até chegar na calçada
ela aprendeu a voar.(Kalunga)
A borboleta Alexandra
A borboleta Alexandra
Voou no parque e deu banda
Usou uma bota prateada
Rodou e dançou uma lambada.
A borboleta Alexandra
Quis dançar uma ciranda.
(Kalunga)
* Pedir para que os alunos ilustrem estas poesias é uma atividade legal!!